A primeira música 100% feita por IA entra nas paradas do TikTok — e quase ninguém percebeu
- Comunicação Music Stream
- Jun 13
- 2 min read
A inteligência artificial acaba de conquistar mais um marco na música pop. A faixa “A Million Colors”, atribuída ao artista brasileiro Vinih Pray, se tornou a primeira música totalmente gerada por IA a entrar no ranking viral do TikTok, alcançando a 44ª posição no TikTok Viral 50.

Criada com o auxílio da plataforma Suno, a música viralizou de forma explosiva:
+370 mil vídeos no TikTok
+819 mil streams no Spotify
+161 mil views no YouTube
Tudo isso sem que a maioria dos ouvintes soubesse que estavam escutando algo feito por uma inteligência artificial.
Soa real. Mas não é.
A faixa é inspirada no estilo doo-wop e enganou até influencers de peso. Kylie Jenner, por exemplo, usou a música em um tutorial de maquiagem que ultrapassou 1,5 milhão de curtidas. Só depois começaram a surgir os comentários:
“Essa música sendo usada centenas de milhares de vezes e ninguém comentando que é 100% IA tá me deixando surtada.”
A frase, dita pela criadora @americangorls, viralizou e levantou discussões sobre a naturalização da IA no consumo musical diário.
Quem é Vinih Pray?
Segundo sua biografia no Spotify, Vinih Pray nasceu no Rio de Janeiro e vem “ganhando destaque na cena musical brasileira”. Mas o mistério só aumenta: desde abril de 2024, ele já lançou mais de 110 músicas em diversas línguas, incluindo português, inglês, coreano e mandarim. Algumas faixas têm vozes diferentes, e ainda não está claro quantas são feitas por IA, quantas usam sua própria voz ou com quem ele colabora.
Até o momento, nem o artista e nem o TikTok se pronunciaram sobre o caso.
A nova geração de criadores com IA
Vinih não está sozinho. Uma geração inteira de artistas e produtores já usa IA como parte (ou totalidade) do processo criativo:
King Willonius, que cria paródias com Udio para seus 56 mil seguidores no Instagram
AI For The Culture, canal com 150 mil inscritos no YouTube, que gera músicas, imagens e até histórias de artistas fictícios
E até o rapper JPEGMAFIA, que sampleou uma faixa criada por IA em seu álbum
IA pode ser hitmaker?
Esse caso é mais do que uma curiosidade. Ele sinaliza uma virada importante: o público já consome música feita por inteligência artificial, mesmo sem saber.
A pergunta agora é: Quando a criação deixa de ser arte para virar apenas algoritmo? E mais: quem merece o crédito (e o pagamento) por essas criações?
A revolução da IA na música está só começando, e vai exigir mais do que bons dados: vai exigir novas regras.