O retorno do vinil: por que o formato físico voltou a crescer na era do streaming?
- Comunicação Music Stream
- Jun 19
- 2 min read

Em um mercado cada vez mais dominado pelo streaming e pelo consumo rápido de música, o vinil voltou a ganhar espaço. E os números comprovam: em 2023, as vendas de vinil superaram as de CD pela primeira vez desde 1987, movimentando mais de US$ 1,2 bilhão, segundo a RIAA.
Mas por que esse formato, que parecia ultrapassado, voltou a ser tão relevante?
Mais do que um formato, uma experiência
Hoje, ouvir música muitas vezes se tornou um hábito automático. É trilha de fundo para o trabalho, para o trânsito ou para qualquer atividade do dia. O streaming facilitou o acesso, mas também reduziu a atenção. O fã virou número. A música virou dado.
Nesse cenário, o vinil representa o oposto. Quem compra um disco hoje não busca apenas o som. Busca a capa, o encarte, o lado B, a textura e até as pequenas falhas da prensagem.É uma forma de consumir música com intenção. Um ritual que devolve presença ao ato de ouvir.
Impacto direto no bolso dos artistas
Além da experiência, o vinil também significa uma fonte de receita mais justa para os artistas. Enquanto cada stream paga frações de centavos, a venda de um vinil pode gerar em média US$ 25 por unidade. Para o fã, comprar um disco virou uma forma de apoio direto. Para o artista, uma chance real de retorno financeiro.

Produção lenta, demanda crescente
Apesar da alta demanda, o processo de produção de vinil ainda é caro e demorado. As máquinas são antigas, os prazos são longos e há fila nas fábricas. Bandas como o Linkin Park, por exemplo, chegaram a esperar mais de seis meses para receber seus lotes de discos.
Um movimento de resistência
Mais do que uma tendência de consumo, o crescimento do vinil é uma resposta ao excesso de velocidade e à falta de profundidade na forma como consumimos música hoje.
Em tempos de consumo rápido, o vinil virou um símbolo de resistência. Ouvir um disco inteiro, com atenção, virou um ato de presença. Uma escolha que valoriza o trabalho de quem cria e reforça a conexão entre artista e público.